Liturgia do 2º Domingo Comum – Ano A

(Last Updated On: 16/01/2023)

15 de janeiro de 2023
Is 49, 3-6; 1Cor 1, 1-3; Jo 1, 29-34

 

“Eis o cordeiro de Deus…”
1. Continua neste 2º Domingo do Tempo Comum a Epifania, isto é, a manifestação de Jesus. Depois da estrela dos magos e do batismo no rio Jordão, é ainda João Batista a apontar Jesus como o Cordeiro de Deus. “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. É uma expressão impregnada de evocações bíblicas e de aplicações missionárias. Evoca, antes de mais, o cordeiro pascal, cujo sangue foi sinal de libertação na noite santa da saída do povo do Egipto. Evoca também a imagem do Servo sofredor e silencioso, que carregava sobre si o pecado de uma multidão. Evoca ainda o sacrifício de Abraão, quando Isaac foi poupado e no seu lugar Deus providenciou com um Cordeiro para o sacrifício.

 

2. João Baptista é um modelo para a Igreja missionária. João acredita em Jesus, reverencia-o, anuncia-o já presente, dá o seu testemunho até ao derramamento do próprio sangue. Como João, também a Igreja continua a indicar Jesus ao mundo: fá-lo todos os dias na Eucaristia: “Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o pecado do mundo”, e fá-lo na proclamação da Palavra e no serviço próprio da missão. A mensagem missionária da Igreja será tanto mais eficaz e credível quanto mais partir da Palavra de Jesus e for fruto de liberdade, de austeridade, de coragem, de profecia e de comunhão com Ele.

 

3. “Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra”, lemos na primeira leitura deste Domingo. É Jesus quem, objeto das complacências do Pai, recebe d’Ele a missão de iluminar, com a sua Palavra e com a sua entrega completa nas mãos do Pai, todos os povos da terra. Também nós, iluminados pela mesma luz, pelo batismo que recebemos, e pela palavra de vida que nos foi anunciada, somos chamados a viver a mesma missão iluminadora. Temos que ter consciência de que fazemos parte de uma Igreja que tem no mundo essa mesma missão: ser luz para todos os povos.

 

4. “Eu vi e atesto”, diz João Batista no Evangelho deste domingo. As suas palavras são o resultado de uma experiência de vida. Ele viu os céus que se abriram. Ele viu o Espírito Sano figurado numa pomba descer sobre Jesus. Ele ouviu a voz de Deus Pai que dizia: “Este é o Meu Filho muito amado em que pus todo o meu enlevo”. Por isso pôde afirmar perante todos que Jesus é o Filho de Deus.
Até que ponto pode cada um de nós afirmarom assim a sua fé em Jesus Filho de Deus, enviado pelo Pai para salvar a nossa humanidade? Para o atestar ou testemunhar é necessário que cada um de nós faça essa experiência professando a nossa fé em Jesus, nosso Salvador. Para anunciar o Evangelho é preciso experimentar a presença de Deus na própria vida. É preciso aquecer o nosso coração com a sua Palavra, é necessário aprender a estar com Ele para que seja Ele a falar pela nossa boca. Também eu, como cristão e testemunha, tenho por missão proclamar o mesmo: eu vi e atesto. Fomos todos investidos nesta missão de ver, isto é, acreditar antes de mais, para depois indicar aos outros os caminhos de Deus: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O meu pecado, o teu pecado e o pecado do mundo inteiro. Sobretudo o pecado da recusa de Deus na nossa vida.

 

Darci Vilarinho