2 de novembro 2025
Job 19, 1.23-27; 2 Cor 4, 14-5,1; Mt 11, 25-30
Creio no Deus dos vivos
1. Depois de ter cantado a glória e a fidelidade de Todos os Santos, que gozam em Deus a visão da vida imortal, a Liturgia desde o início do séc. XI consagra este dia, 2 de novembro, à memória dos Fiéis Defuntos.
Podemos dizer que é a continuação da solenidade de Todos os Santos, que ontem celebrámos.
Quer os fiéis que vivem na glória, os nossos irmãos Santos, quer os fiéis que vivem na purificação para poderem ver a Deus, são todos membros de Cristo pelo Batismo e por isso continuam unidos a nós que ainda peregrinamos nesta terra.
2. Ensina a nossa Igreja que “o sentido cristão da morte é revelado à luz do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo, em quem pomos a nossa única esperança. O cristão que morre em Cristo Jesus «abandona este corpo para ir morar junto do Senhor»” (CIC 1681)
“O dia da morte inaugura para o cristão, no termo da sua vida sacramental, a consumação do seu novo nascimento começado no Batismo, o definitivo «assemelhar-se à imagem do Filho», conferido pela unção do Espírito Santo e pela participação no banquete do Reino, antecipada na Eucaristia, ainda que algumas derradeiras purificações lhe sejam ainda necessárias, para poder vestir o traje nupcial”( CIC 1682).
“A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente no seu seio o cristão durante a sua peregrinação terrena, acompanha-o no termo da sua caminhada para o entregar «nas mãos do Pai». E oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça, e depõe na terra, na esperança, o gérmen do corpo que há de ressuscitar na glória. Esta oblação é plenamente celebrada no sacrifício eucarístico, e as bênçãos que o precedem e o seguem são sacramentais” (CIC 1683).
3. A esta luz, o Dia dos Fiéis Defuntos não é dia de luto ou de tristeza. É dia da mais íntima comunhão com aqueles que não “perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente” (S. Cipriano).
Como Igreja peregrinante que somos, vivamos então hoje em comunhão com a Igreja purgante, a caminho da Igreja triunfante na glória que todos queremos alcançar pelos méritos de Cristo Ressuscitado.
Neste dia todos acorrem aos cemitérios para limpar as campas e colocar flores frescas. Mas recordemos que, sem deixar de fazer este gesto de saudade, as flores mais bonitas são sempre as nossas orações de louvor e agradecimento, que nunca murcham e que os nossos defuntos agradecem.
Darci Vilarinho
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