Testemunho: aprender primeiro, construir depois

Plano formativo de voluntários envolve o autoconhecimento, a aprendizagem sobre um conjunto de características do país de destino, e visa fomentar a entreajuda e o espírito de equipa

Nos projetos de voluntariado promovidos pelos Missionários da Consolata a formação é um elemento fundamental para preparar os jovens que se disponibilizam para ir em missão. Há um processo formativo que é essencial para preparar os voluntários com as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios da missão e para viver uma experiência enriquecedora e transformadora.

A formação dos voluntários é dividida em duas fases. Na primeira etapa, explica-se quem são os Missionários da Consolata, o que fazem e como trabalham. É essencial que os interessados percebam como funciona o voluntariado missionário, e o que é necessário para ser um dos voluntários. É fundamental que conheçam o carisma da Consolata e se identifiquem com ele, para que possam viver uma experiência autêntica.

Procura-se também entender o que leva cada jovem a querer fazer parte desta aventura, e desenvolvem-se técnicas e capacidades para que os voluntários possam trabalhar em grupo. A criação e gestão de projetos é um dos conteúdos abordados, uma vez que ensina os jovens a criarem e a desenvolverem um projeto de voluntariado missionário desde o início até ao fim. Esta fase termina com uma decisão muito importante, pois é nesta altura que os jovens determinam se querem abraçar ou não esta experiência de missão.

A segunda fase da formação é um momento importante para os jovens que decidiram dizer ‘Sim’, a esta fantástica aventura. Nesta fase, eles vão aprofundar os seus conhecimentos e habilidades para se prepararem para a missão. Vão receber formação em várias áreas importantes, como por exemplo espiritualidade missionária, e a gestão de emoções e expetativas, de forma a aprenderem a lidar com os desafios e mudanças que vão enfrentar.

Os jovens adquirem também conhecimentos sobre a cultura, geografia e história do país de destino, para criarem empatia com o povo com quem vão trabalhar. O autoconhecimento também é trabalhado, para que os voluntários se possam conhecer melhor e perceber que pontos fortes e fracos têm. Os cuidados de saúde a ter no local, assim como as vacinas necessárias, são outros dos temas abordados. A gestão financeira do projeto também é um tema em foco, para que os jovens possam aprender a gerir bem o dinheiro angariado, com ferramentas para organizar e controlar as finanças. Além da formação, os voluntários desenvolvem atividades de angariação de fundos para financiar a missão. Algumas dessas atividades incluem a criação de produtos para venda, apelo à ajuda de empresas e particulares, e organização de eventos de angariação de verbas.

Os voluntários são também convidados a participar em atividades como o Encontro Nacional de Voluntários, a Peregrinação da Família Missionária da Consolata a Fátima, e a festa em honra de Nossa Senhora da Consolata. Estes momentos são fundamentais para criar entreajuda, espírito de equipa e um sentido de pertença à família dos Missionários da Consolata. Além disso, a participação dos voluntários em iniciativas do Instituto Missionário da Consolata dá-lhes a oportunidade de conhecerem melhor a história, a espiritualidade e os valores da congregação. Através deste plano formativo, bastante dinâmico e cheio de atividades, pretende-se que os jovens estejam preparados para viverem uma experiência missionária significativa.

Texto: Tiago Diniz, formador de voluntários da Consolata