
O trabalho dos missionários em território europeu enfrenta um conjunto de desafios. A direção dos Missionários da Consolata para a Europa elaborou um documento com linhas orientativas para os próximos anos de trabalho da congregação em solo europeu. A integração dos migrantes e a evangelização dos jovens estão entre os desafios identificados
Os Missionários da Consolata estão ao serviço na Região Europa, em cinco pontos – Portugal, Itália, Polónia e Espanha/Marrocos – e os destinos da missão neste continente estão nas mãos de uma nova direção, eleita para o triénio 2025-2028. De olhos postos nos próximos três anos, a direção dos Missionários da Consolata para a Europa elaborou um relatório com linhas orientativas para este período, onde aborda um conjunto de desafios que os missionários enfrentam em solo europeu.
Lidar com novas gerações
Um dos principais desafios identificados diz respeito à evangelização de adolescentes e jovens, “sobretudo nas comunidades paroquiais, onde a média de idade dos fiéis é elevada”. Para superar este cenário, os Missionários da Consolata consideram que é “necessário adotar uma abordagem inovadora e inclusiva, criando espaços de escuta e de diálogo onde os jovens possam exprimir as suas questões e esperanças”. Os missionários acreditam que uma “maior atenção” à pastoral juvenil “permitirá criar comunidades mais dinâmicas e inclusivas, capazes de acolher e acompanhar os jovens no seu crescimento espiritual e pessoal”.
Integração de migrantes
Outro dos grandes desafios reconhecidos pela congregação é relativo à integração dos migrantes. Face a esta realidade, os missionários vêem-se chamados a desempenhar “um papel importante no acompanhamento dos migrantes no seu caminho de integração, oferecendo apoio espiritual, assistência prática e a promoção da dignidade humana”, para que seja possível “construir pontes entre culturas e comunidades, e promover a compreensão mútua e a coexistência pacífica”.
Espaços de encontro
Os missionários reconhecem que “acumularam um rico património de experiências e materiais que favorecem o diálogo com as culturas e constroem pontes entre realidades diferentes”. Afinal, esta congregação foi fundada há 124 anos e está presente em quatro continentes. Face a um contexto de “crescente afastamento da religião”, os missionários acreditam que uma das vias de trabalho pode passar pela criação de “espaços de encontro e de reflexão que poderiam multiplicar-se
e enraizar-se em diferentes realidades europeias”. O Centro de Animação Missionária de Turim, em Itália, é já um exemplo disso.
Realidades paroquiais
Os missionários acreditam que têm “capacidade de oferecer uma presença evangelizadora dinâmica e inclusiva”, sem que se tornem apenas em “párocos de manutenção”. “Estar nas paróquias representa uma oportunidade de contribuir significativamente para a sua vida e crescimento espiritual, colocando a nossa experiência e paixão missionária ao serviço das comunidades locais”, escrevem os missionários.
Redescoberta de Deus
Numa Europa “cada vez menos religiosa”, os missionários observam que “muitas pessoas estão a redescobrir o Deus escondido no seu interior através da meditação e da quietude”. Para a congregação, “esta nova forma de evangelizar pode ser a chave para chegar às pessoas”. “Já estamos a experimentar esta abordagem em algumas comunidades europeias, como a nossa comunidade de Saragoça, em Espanha, e a Certosa di Pesio, em Itália, onde a oração contemplativa e a meditação silenciosa estão a ajudar as pessoas a crescer na sua fé e a descobrir novas formas de espiritualidade. Este estilo de evangelização pode ser um instrumento valioso para os nossos grupos e centros missionários”, acredita a congregação.
Contacto com os jovens
Os missionários consideram que “é fundamental adaptar o modelo de animação missionária e vocacional às necessidades dos jovens, aproveitando as plataformas web”. A atualização deste modelo “requer uma abordagem inovadora e inclusiva para envolver e cativar os jovens”, e deve chegar aos mais novos “de forma sustentável e personalizada”. Os missionários acreditam que “apresentar um ideal de vida coerente com os valores cristãos e adaptado aos desafios do mundo social e digital pode ajudar os jovens a descobrir a sua vocação e a responder ao projeto de amor de Deus”.
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