Bodas de Ouro Sacerdotais do padre Salgueiro Costa

 

 

O padre José Salgueiro da Costa, missionário da Consolata que está atualmente na Comunidade IMC de Águas Santas, Maia, celebra, a 3 de junho de 2023, as suas Bodas de Ouro Sacerdotais. Passam já 50 anos desde a sua Ordenação Sacerdotal. Foi um dia de festa rija em Águas Santas.

 

Biografia e caminhada missionária 

O padre José Salgueiro da COSTA nasceu em Alcobaça (Portugal), a 15 de Agosto de 1943. Entrou no Instituto Missões Consolata onde emitiu a primeira Profissão Religiosa a 2 de Outubro de 1967 em Bedizzole (Itália). Foi ordenado sacerdote a 3 de Junho de 1973.

 

Inglaterra (1973-1983)

A sua primeira missão foi em Londres, Inglaterra, onde tinha estudado Teologia: dedicou-se à animação missionária e, sobretudo, na assistência pastoral à comunidade portuguesa residente em Londres. Pelo seu trabalho abnegado junto dos portugueses, foi condecorado em 1982 pelo presidente da República António Ramalho Eanes.

 

Moçambique (1983-1991)

Foi missionário em Moçambique, entre 1983-1991: trabalhou na diocese de Lichinga, na Paróquia de Nzinje.

O padre José Salgueiro foi o primeiro missionário da Consolata a ter autorização do governo para trabalhar em Moçambique depois da independência. De facto, entre 1975 e 1982, devido à política anti-religiosa do regime marxista-leninista, a autorização de residência e de trabalho era negada aos missionários.

 

Destinado à diocese de Lichinga, trabalhou na paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Nzinje, situada na periferia da capital do Niassa. Além das funções de pároco, ele desempenhou um papel importante no sector da educação como professor de português e inglês, na escola secundária de Lichinga. Foi também professor privado de português do Governador do Niassa, Mariano Matsinhe. Manteve sempre relações cordiais e de amizade com o governante, o que ajudou muito a Igreja Católica naquele contexto de tensão e de privação de tudo. O padre Salgueiro soube usar as suas qualidades diplomáticas para manter relações de colaboração com as autoridades governamentais.

 

Naqueles tempos, experimentou a dureza e crueldade da guerra civil em curso, expondo-se nas visitas pastorais às comunidades cristãs rurais da paróquia de Nzinje e das paróquias de Unango e Metangula, que também estavam sobre a responsabilidade pastoral da equipa missionária de Nzinge.

Em 1987, foi escolhido para conselheiro regional dos Missionários da Consolata em Moçambique, sendo superior regional o Padre Norberto Louro.

 

Estados Unidos (1991-2001)

Em 1991, o Padre José Salgueiro foi destinado aos Estados Unidos para trabalhar na animação missionária. Residindo em Somerset, no estado de Nova Jersey, percorreu as dioceses dos Estados Unidos para jornadas de animação missionária nas paróquias que visitava.

 

Um dos objetivos da sua destinação aos Estados Unidos prendia-se com a necessidade de angariar fundos para as missões de Moçambique, nomeadamente para a diocese de Lichinga, e para a construção do Seminário Maior de Santo Agostinho da Matola, na Arquidiocese de Maputo. O Pe. Augusto Fatela, missionário da Consolata, como administrador na construção do Seminário Maior de Santo Agostinho, recebeu do Padre José Salgueiro substanciais somas de dinheiro, fruto da campanha de recolha de fundos por ele promovida nos Estados Unidos para a construção do mesmo. No trabalho de reconstrução das estruturas das missões no pós-guerra, os missionários da Consolata e a Igreja moçambicana beneficiaram muito do trabalho realizado pelo Padre Salgueiro nos Estados unidos.

 

Moçambique (2001-2017)

O Padre José Salgueiro regressou a Moçambique em 2001, para assumir o cargo de administrador regional do Instituto Missionário da Consolata.

Além da administração-contabilidade, lançou uma campanha de angariação de fundos através de cartas enviadas a muitos benfeitores, dioceses e paróquias dos Estados Unidos, Portugal e Itália. Com esta campanha, foi possível recolher fundos para continuar o trabalho de reabilitação das missões e construção de obras sociais: escolas, internatos, escolinhas, etc. Na pastoral, dedicou-se ao acompanhamento da comunidade cristã de Mastrong, da paróquia da Liberdade, na cidade da Matola.

 

Em 2006, foi destinado à diocese de Lichinga para trabalhar de novo na paróquia de Nzinje, da qual foi nomeado pároco pela segunda vez. Ali, dedicou-se com paixão à cura pastoral das comunidades cristãs e ao acompanhamento dos movimentos, de modo particular a Legião de Maria. Em 2011, foi transferido para a paróquia de São Miguel de Cuamba, no sul do Niassa, onde se dedicou sobretudo à visita das comunidades cristãs rurais, visitando também os doentes no hospital e dedicando tempo ao atendimento das confissões.

 

Comunidade IMC de Águas Santas

Em 2017, regressou definitivamente a Portugal. Atualmente está na Comunidade dos Missionários da Consolata em Águas Santas.

A missão do padre Salgueiro teve sempre, e continua a ter, como ponto de partida a Eucaristia, na qual reforça os seus laços de amor e amizade com Cristo e a humanidade, bem como de pertença ao Próximo a quem foi enviado, continuando a dar testemunho deste grande amor, mesmo na fragilidade física, com um sorriso que nos transmite uma PAZ DIVINA! Muitos parabéns, padre Salgueiro, que o Beato Allamano e a Mãe Consolata o abençoem abundantemente.

 

D. Diamantino Antunes

*com informações adicionais de Álvaro Pacheco e Albino Brás