22 de junho de 2025
Zac 12, 10-11; Gal 3, 26-29; Lc 9, 18-24
Quem é Jesus para mim?
1. “E vós, quem dizeis que Eu sou?” É uma pergunta que faz Jesus aos seus discípulos no Evangelho deste domingo, depois de os ter sondado sobre a opinião do povo a seu respeito. E é uma pergunta que Ele faz a cada um de nós. Ele espera de mim uma resposta pessoal, que comprometa toda a minha vida. O cristão é um seguidor de Cristo, chamado a dar razão da sua fé. Direi quem Ele é para mim e para o mundo, quando a sua vida for a minha vida, quando a minha fé não for uma questão intelectual, mas uma adesão firme à sua Pessoa. E quando, como cristãos comprometidos, soubermos dar razão da nossa fé para que o mundo acredite através do nosso testemunho.
2. Recordo o Papa Francisco que no primeiro ano do seu pontificado, falando a pastores e leigos empenhados na pastoral da diocese de Roma, referiu-se à necessidade de todos se envolverem no testemunho da própria fé em Cristo Jesus. O tema do encontro era “A responsabilidade dos batizados no anúncio de Jesus Cristo”. O Papa interveio na abertura dos trabalhos, e falou ao longo de quarenta minutos, comentando a expressão de São Paulo: “Eu não me envergonho do Evangelho”. E explicou que devemos testemunhar a nossa fé em Cristo com gestos concretos de atenção para com as pessoas da cidade: “No meio de tantos sofrimentos, de tantos problemas que há aqui em Roma, há pessoas que vivem sem esperança, e se encontram imersas numa profunda tristeza, da qual procuram sair pensando encontrar a felicidade no álcool, na droga, no jogo da sorte, no poder do dinheiro, na sexualidade desregrada”. Nós, cristãos, afirmava Francisco, devemos “sair de nós próprios… sair das nossas comunidades para ir lá onde vivem, trabalham e sofrem os homens e as mulheres, e anunciar-lhes a misericórdia do Pai que se deu a conhecer em Jesus de Nazaré”.
3. Se aos sacerdotes tinha pedido que fossem “pastores com o cheiro das ovelhas”, alargou um idêntico apelo aos leigos: “A vós, caros irmãos e irmãs, eu digo: sede por toda a parte portadores da Palavra da vida nos nossos bairros, nos lugares de trabalho e em toda a parte onde as pessoas se encontram e relacionam. Tendes de sair, ir para fora. Não compreendo as comunidades cristãs que permanecem fechadas na paróquia…”. Quando uma comunidade fica fechada, “é uma comunidade estéril, não é fecunda. A fecundidade do Evangelho vem pela graça de Jesus Cristo, mas vem através de nós, da nossa pregação, da nossa coragem, da nossa paciência”. É isto o que se chama acreditar em Jesus Cristo.
4. Dizia há dias o Papa Leão XIV que nós cristãos, “Somos unidos pela esperança transmitida pelos Apóstolos desde o princípio. Os Apóstolos viram em Jesus a terra a unir-se ao céu: com os olhos, os ouvidos e as mãos acolheram o Verbo da vida. O Jubileu é uma porta aberta sobre este mistério. O ano jubilar une mais radicalmente o mundo de Deus ao mundo dos homens. Convida-nos a levar a sério o que rezamos todos os dias: «Assim na terra, como no céu». Esta é a nossa esperança”, porque esperar é unir. Cristo ensinou-nos a viver de esperança e confiança em Deus, mas também que Deus espera e confia em nós.
Darci Vilarinho
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