Uma médica, duas professoras e uma educadora de infância, todas com experiências de voluntariado em missões católicas no estrangeiro, deram o seu testemunho na noite de quarta-feira, 15 de fevereiro, em mais uma edição do Chá com Arte, promovida pelo Consolata Museu, em Fátima. No final, ficou uma ideia comum: é tão importante o trabalho de quem se disponibiliza para partir em missão, como o apoio de quem fica.
«Somos tão missionárias por irmos, como é missionário quem fica e nos ajuda, para que o nosso trabalho por lá corra bem», afirmou Maria João Lopes, uma jovem médica que esteve em missão na Costa do Marfim, com os Missionários da Consolata, e que se prepara para partir, de novo, desta vez para Empada, na Guiné-Bissau.
Helena Reis, professora, teve a sua última experiência de voluntariado em São Tomé e Príncipe, através dos Missionários Claretianos, e reforçou a ideia. «O ir em missão não nos faz melhor do que ninguém, mas o apoio que nos é dado e a ajuda que é dada aos missionários é muito importante. Nenhuma missão sobrevive sem o apoio de todos», sublinhou a docente.
Para as quatro voluntárias, nascidas e criadas em vários pontos do país, ninguém regressa igual, depois de uma experiência missionária. As diferenças culturais, sociais e económicas são muitas, e a relativização, quando se regressa a casa, é quase uma inevitabilidade.
«Nunca mais consegui viver o meu dia a dia como antes. Hoje penso mais nas pessoas com quem me vou cruzando, e aceito mais cada dia como uma dádiva, porque a missão é disponibilidade», disse Joana Peixoto, educadora de infância, recentemente regressada de Moçambique, onde esteve um ano a dar apoio à missão de Nova Mambone, dos Missionários da Consolata.
«Tudo muda. Ficamos com uma perceção diferente da realidade e com a sensação de que fizemos parte de algo que vai acontecendo, que fomos o grãozinho de areia» que, aliado a outros grãos, pode fazer a diferença a nível global, sublinhou, por sua vez, a professora Ana Aleixo, voluntária em São Tomé e Príncipe.