O Consolata Museu, em Fátima, acolhe a partir do próximo sábado, dia 8 de junho, a exposição temporária de fotografia de Carlos Pimentel, “O Sal da Terra”. Esta mostra conta com vinte fotografias que retratam a exploração da Salina de Batanhe, na província de Inhambane, em Moçambique.
A inauguração, agendada para as 16h00 do dste sábado, 8 de junho, insere-se na atividade “Chá com Arte”, uma iniciativa que traz habitualmente aos espaços do Museu dos Missionários da Consolata, em Fátima, figuras dos vários quadrantes da fé, da cultura e da sociedade, para exporem o seu pensamento sobre os mais variados temas, em forma de tertúlia, acompanhada de chá e biscoitos.
Desta vez, o fotógrafo Carlos Pimentel e Hugo Brancal – que o desafiou a ir com ele visitar a missão -, vão estar à conversa no “Chá com Arte”, dando testemunho das suas experiências e projetos relacionados com esta Missão, pela qual o fotógrafo diz ter-se apaixonado, deixando este depoimento:
«Esta exposição surgiu do convite do doutor Hugo Brancal para visitar Moçambique e efetuar um registo fotográfico de algumas missões da Igreja Católica naquele país com o propósito de publicar um livro sobre as mesmas. Na segunda de duas visitas, ficámos a conhecer a província de Inhambane e o trabalho dos Missionários da Consolata na comunidade local, com a exploração da Salina de Batanhe. Como fotógrafo foi uma experiência muito rica e gratificante. Conhecer um pouco da vida e obra dos missionários. Coisa que até então só conhecia da literatura e do cinema. Em Moçambique conheci uma Igreja diferente daquela que conhecia até então. Agora olho para esses homens e mulheres com uma admiração que não dá para quantificar, pois é gigante. Espero com as minhas fotos consigam mostrar um pouco do trabalho árduo e do bem que estes missionários prestam em África”.
A exposição vai estar aberta ao público até 29 de setembro deste ano, e pode se visitada de terça a domingo, das 10h00 às13h00 e das 14h00 às 18h00.
A Flor do Indico
A propósito, segue uma explicação deixada pelo novo bispo de Tete, Diamantino Antunes.
“A Flor do Índico é uma flor de sal improvável. Advém do oceano e da viagem que daqui se empreende. Da Baía de Bartolomeu Dias à planície interior, através da visão de um missionário italiano e do ritmo das marés, um longo canal transporta as partículas de cristal, depositando-as no terreno argiloso da Salina de Batanhe.
Criada em Moçambique há 50 anos, pelo Padre Amadeu Marchiol, no extremo norte da província de Inhambane, esta salina dos Missionários da Consolata nasceu da necessidade de criar recursos, numa zona isolada e de clima adverso, sujeita a secas cíclicas que impediam colheitas regulares, e que assim ditavam anos de fome às populações de Nova Mambone.
Hoje, depois de sobreviver, quer a desastres naturais, quer aos anos da guerra, a Salina de Batanhe é uma empresa social rentável. Emprega mais de 30 trabalhadores permanentes e 60 ocasionais, a quem dá assistência médica e aulas de alfabetização, promovendo também uma escolinha para a população através dos missionários.
Recentemente venceu dois prémios, na área da inclusão e do agro-negócio em 2017 e o prémio Agro empreendedor em 2018. Ensaia agora os primeiros passos para a exportação fora do continente africano, preparando-se este ano para representar Moçambique na ‘Global Agripreneurs Summit”, na Grécia’”.