A contemplação do mistério da Encarnação do Filho de Deus, que a celebração litúrgica nos fará reviver no tempo de Natal, é uma ocasião para meditar novamente sobre os fundamentos da nossa missão e de como vivê-la de uma maneira plena.
Antes de tudo, o Natal recorda-nos que todos os seres humanos são objeto do amor infinito do Pai Celeste. Deus ama imensamente a cada um dos seus filhos que criou e, como nos recorda o apóstolo São João, na sua primeira Carta, o envio do Seu único Filho é a prova deste amor: Deus fez-se homem por amor. É um Deus que desce ao nível do homem, que nasce pobre, que vive amando a todos, dando atenção a todos, sem excluir ninguém. É um Deus que, por amor, dará a sua vida em favor de cada um e de todos. O Seu amor é um amor universal que não faz aceção de pessoas.
Durante o tempo de Natal, em algumas igrejas – por exemplo, naquelas onde se celebra a liturgia segundo o rito ambrosiano -, é costume expor a imagem do Menino Jesus colocando atrás, como fundo, um pano vermelho e uma cruz; isto para lembrar que o Filho de Deus fez-se homem, com uma finalidade precisa: para se oferecer no altar da Cruz. Não podemos separar o mistério do Natal do Senhor do mistério da Sua Morte e Ressurreição!
Para sermos verdadeiros missionários exige-se de nós que, antes de tudo, tenhamos um conhecimento experiencial deste amor de tal maneira que possamos também nós dizer, como o apóstolo Paulo: “Ele amou-me e entregou-se por mim”. Exige-se de nós que olhemos para cada pessoa que encontramos no nosso dia-a-dia, sem distinções e preferências, com este olhar de fé e de amor: “Ele ama esta pessoa e entregou-se por ela também”.
Como seria bem diferente a nossa vida comunitária se nos olhássemos com este olhar de fé! Como seriam mais atraentes as nossas comunidades! Também todas as nossas atividades pastorais e de animação missionárias teriam mais impacto na vida das pessoas que encontramos.
À luz do Natal devemos aprender a ter um coração que vai para além das predileções e consegue abrir-se para amar a todos sem fazer aceção de pessoas.
Não existe nenhum mal em ter predileções, mas o coração deve permanecer aberto aos outros e que essas predileções não sejam uma possessão egoísta do outro.
Ter um coração livre de apegos, que alarga os seus horizontes todos os dias, amando a quem está ao nosso lado no tempo presente.
Ter um coração puro, sem interesses pessoais, que ama igualmente a todos sem exceção, que reconhece a presença de Deus em cada próximo, que sabe fazer próprios os sentimentos do outro, que toma sempre a iniciativa e ama primeiro, sem esperar recompensas.
Só se conseguirmos viver assim é que poderemos dizer que este Natal foi um Feliz Natal. É isto que desejo a todos. FELIZ NATAL
Pe. Eugénio Butti
Superior Regional
Leia também a mensagem de NATAL do superior geral dos missionários da Consolata, padre Stefano Camerlengo