31 de outubro de 2021
Dt 6, 2-6; Hebr 7, 23-28; Mc 12, 28-34
Só o Amor conta
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos é o verdadeiro culto que poderemos prestar ao Senhor. É a novidade que Jesus veio trazer para renovar o homem na profundidade do seu ser. No fim da nossa vida seremos julgados pelo amor. Só isso importa. Só isso vale perante o nosso Deus.
Esta é a única mensagem que nos faz felizes: Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Foi Jesus quem o disse e Ele nunca enganou ninguém. Por isso há que transformar cada momento da nossa vida num ato perfeito de amor.
Reza assim um pequeno texto de Santo Agostinho: “Ainda que todos se persignassem ou benzessem, e respondessem «Ámen» ou cantassem o Aleluia, ainda que todos recebessem o batismo, entrassem nas igrejas ou fizessem construir basílicas, é um facto que só o amor distingue os filhos de Deus… Os que têm amor nasceram de Deus, os que não o possuem, (ainda) não nasceram de Deus. É este o grande critério de discernimento. Se tivesses tudo, mas te faltasse esta única coisa, de que te serviria o que tens? Se não tiveres outras coisas, mas possuíres esta, tens tudo…”.
Que características há de ter este amor para ser completo?
1. Terá que ser universal este nosso amor, quer dizer, dirigido a todos. O amor simplesmente humano ama só alguns e põe de lado outros: os do próprio sangue, os da própria raça, os da própria religião ou partido, os mais ricos, mais honrados, mais bonitos ou mais simpáticos. Não! O amor sobrenatural não faz distinções.
2. Para ser como aquele que Jesus teve para connosco (manifestado em toda a sua vida e morte na cruz), o amor deve dar o primeiro passo, isto é, deve ser o primeiro a amar. Não como faz o mundo, onde por vezes se ama porque se é amado, ou por interesse, ou por simples amizade, ou por outras razões egoístas…
3. O amor autêntico leva-nos a descobrir Jesus em cada próximo e a traduzir em caridade genuína todos os contactos que tivermos durante o dia. Quantos contactos de manhã à noite… Em casa, no escritório, na escola, na rua, no convívio, ao telefone… mil ocasiões para viver o amor para com todos, sem excluir ninguém e sem esperar que os outros deem o primeiro passo. Só isto bastaria para revolucionar o mundo e criar novos laços de unidade entre as pessoas.
4. Depois, para amar como Deus ama, há que fazer de tudo para entrar na alma de cada um dos nossos irmãos: para perceber os seus problemas e as suas exigências; para partilhar as suas dores e alegrias, para entrar em sintonia com ele, a fim de que ele se sinta amado, compreendido e aliviado nos seus pesos e nas suas penas. É um amor que rompe todos os gelos, faz bem aos outros e faz bem a nós.
É um projeto para toda a nossa vida e para todas as pessoas. Mesmo para aqueles que se dizem “não praticantes” na sua fé. Façamo-lo nosso.
Darci Vilarinho