Liturgia do 2º Domingo de Advento – Ano B

Abrir caminhos

Is 40, 1-5.9-11; 2 Pedr 3, 8-14; Mc 1, 1-8

“Preparai os caminhos do Senhor”, proclama João no deserto. Apregoa um batismo de conversão e imerge os seus discípulos no rio Jordão em vista do perdão dos pecados. Vai chegar aquele que perdoa. Vai chegar a divina misericórdia, incarnada em Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Precisamos que a palavra de João Baptista ecoe de novo no deserto do nosso mundo para limpar a indiferença, o egoísmo e tudo aquilo que sufoca a procura dos verdadeiros valores. Precisamos todos de aplanar caminhos e encher os vales com o anúncio missionário da tolerância, da confiança e do perdão.
“Arrependei-vos, que está perto o Reino dos Céus”. Advento é promessa de conversão. Tenho que mudar de vida, endireitando caminhos de orgulho e infidelidade. Preciso de limpar a minha eira e cortar a erva daninha que não me deixa crescer para o alto. Da árvore da vida que em mim Deus plantou hão de brotar obras de arrependimento e gestos de acolhimento. “Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus”.

Frutos de conversão
Para acolher o Messias, João Baptista pedia uma profunda mudança de vida a todos os que acorriam à sua pregação: “Produzi frutos que mostrem a vossa conversão”. Pelo batismo fomos enxertados na árvore de Cristo, tornando-nos participantes da sua vida e da sua missão. Por Ele e nele ficámos habilitados a prestar culto a Deus, a anunciar o seu Reino, a ler os sinais dos tempos e a entender o curso da história humana, de que Ele é chave. Quanto mais vida recebermos desta árvore divina, mais frutos produziremos.

O Advento pede-nos que abramos caminhos para a entrada de Jesus na nossa história humana. Abrir caminhos de paz, de justiça, de reconciliação e de entendimento entre todos. Que a magia divina do Natal que se aproxima mude o nosso coração e nos habilite a continuar a missão de Cristo sobre a terra.

Darci Vilarinho