Liturgia do 25º Domingo Comum – Ano B

(Last Updated On: 16/09/2021)

19 de setembro de 2021
Sab 2, 12-20; Tg 3, 16-4,3; Mc 9, 29-36

 

Uma Vida ao Serviço
A Palavra do 25º Domingo Comum é muito clara e contundente: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos”. Por outras palavras: Queres ser grande? Põe-te a servir os outros! Era de uma certa grandeza que os discípulos discutiam entre si, quando Jesus, entrando na conversa, procurou iluminá-los com uma nova maneira de ser indispensável para a sua comunidade. “Servir” é a palavra-chave da vida de Cristo que Ele propõe como caminho de uma realização feliz. A verdadeira grandeza dos cristãos está em servir.

 

A cultura da vanglória – Para a maior parte das pessoas, realizar-se na vida quer dizer acumular uma fortuna, subir ao pódio, recolher uma mão cheia de rosas. A nossa vida está minada por rivalidades, antagonismos e afirmações pessoais, sonhos e ambições de sucesso e de glória. Possuir um nome, ter uma posição social de prestígio, exercer na sociedade um papel de relevo… faz parte dessa cultura do nosso tempo a que Jesus se opõe com o seu modo pessoal de gastar a vida pelos outros. É o caminho que Ele propõe também a nós.
Quem de nós é o maior? A resposta de Jesus é clara: não é aquele que se apresenta com os galões da sua sabedoria, ilustração ou domínio, mas aquele que põe a sua vida ao serviço dos outros. Ninguém poderá assumir cargos de chefia, se não experimentou primeiro o que é servir e obedecer. Ninguém poderá ser bom superior se primeiro não foi um bom súbdito. Determinados cargos de confiança ou missões de comando são normalmente ocasiões de imolação e, por vezes, de verdadeiro martírio. A experiência ensina que ambições e sucessos pagam-se com o preço, por vezes exorbitante, de fadiga e de suor, de muita humildade e espírito de sacrifício.

 

A prática do serviço – “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Tão simples como isso. Viver esta Palavra quer dizer colocar a própria vida ao serviço de todos em humildes lidas de casa como nas grandes tarefas da sociedade. Amar as pessoas, ajudá-las, ser sensíveis aos seus pedidos é realizar a maior riqueza ou grandeza que nasce do coração. Seja qual for a tarefa que nos cabe desempenhar neste mundo, ela será grande e enriquecedora se passar por estes gestos de amor e de sacrifício voluntário em prol daqueles que precisam.
Na nossa casa, na nossa paróquia, na nossa comunidade familiar, no nosso grupo de amigos é este o único caminho que nos torna felizes.

 

Corrigir a rota – Se calhar, tenho que fazer a este respeito algumas pequenas correções no meu modo de viver. Se calhar, esta Palavra de Jesus não entrou a fundo no meu coração. Estou sempre a tempo de me converter. É sempre Ele, Jesus, o exemplo a seguir. Ele que é Amor absoluto e absoluta Gratuidade. Ele que não veio “para ser servido, mas para servir”. Ele que afirmou: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração”. Também nisto Ele é “o caminho, a verdade e a vida”.
Tenho diante de mim o exemplo de grandes missionários do passado e do presente. Grandes porque souberam ser pequenos diante daqueles que procuraram servir. Grandes porque entenderam a linguagem do serviço e não se coibiram perante situações de risco que era preciso enfrentar. Grandes, porque não procuraram as primeiras páginas dos jornais, mas colocaram-se, como Jesus, ao serviço dos mais humildes. “Quem de nós será o maior?” Vê se consegues responder com a tua própria vida.

 

Darci Vilarinho