Ex 19, 2-6; Rm 5, 6-11; Mt 9, 36-10,8
O Evangelho deste 11º Domingo Comum apresenta-nos um Jesus cheio de compaixão pelo seu povo. Vê-o desgarrado e disperso como ovelhas sem pastor. Mostra-se como o Bom Pastor que ama o seu rebanho com o amor misericordioso do Pai. Olhando para esta enorme seara onde não há quem evangelize, Jesus confia aos discípulos a sua missão. Os apóstolos recebem essa missão como prolongamento da missão de Jesus. E os gestos que os discípulos são convidados a fazer para anunciar o Reino de Deus são os mesmos que Jesus fez.
A missão de Jesus continua não só porque Ele deixou entre nós o Seu Espírito que, como principal impulsionador da missão, nos guia e ilumina, mas também porque serão eles agora a tomar as rédeas da evangelização. De facto, aqui os 12 significam toda a Igreja (os discípulos) a quem é confiada esta tarefa em favor do homem.
Porque é que Jesus faz isso?
Fundamentalmente porque nos ama imensamente e quer a nossa libertação de todo o mal. Deus nunca se ausentou da história dos homens. Ele continua a construir a história da salvação e a insistir em levar o seu Povo ao encontro da verdadeira liberdade, da verdadeira felicidade, da vida definitiva.
Não o podendo fazer Ele fisicamente após a sua Ascensão ao Céu, confia a nós, seus discípulos, essa missão de continuar no mundo a sua obra, anunciando a sua Palavra e repetindo os seus gestos. Tenho consciência de que isto me diz respeito e que eu pertenço à comunidade destes discípulos que Jesus envia em missão?
Qual missão?
A missão de lutar contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Sendo assim, a nossa missão é permanente, porque os problemas do mundo são imensos. Basta olhar à nossa volta e dentro de nós. Há no mundo estruturas que geram guerra, violência, terror, morte. Há situações que geram escravidão, opressão, sofrimento: a missão dos discípulos de Jesus é recusá-las e denunciá-las. Há esquemas de exploração que geram miséria, marginalização e exclusão: a missão dos discípulos de Jesus é combatê-los. A proposta libertadora de Jesus continua, portanto, na história dos homens através de nós, seus discípulos. É uma missão que não tem fim.
Mas não estamos sozinhos
“Eu estarei convosco todos os dias até ao fim dos tempos”. É uma certeza: com o seu Espírito, a Igreja continua a anunciar os caminhos de Deus que fazem o homem mais feliz. E aqui fica uma pergunta: A minha vida e as obras que eu realizo são verdadeiramente um anúncio do mundo novo que faz as pessoas mais felizes? Procuro transmitir alegria, coragem e esperança àqueles que vivem imersos no abatimento, na frustração, no desespero? Procuro ser um sinal do amor e da ternura de Deus para aqueles que vivem sozinhos, abandonados, marginalizados?
Darci Vilarinho