Liturgia da solenidade da Imaculada Conceição

8 de dezembro de 2021
Gen 3, 9-20; Rm 15, 4-9; Lc 1, 26-38

 

A Flor da nossa Humanidade
1. No caminho do Advento temos Maria como companheira de viagem e modelo de vida cristã. Ela, a cheia de graça, a bendita entre todas as mulheres, a alegria do seu Senhor. Nela e por ela Deus encontra-se com a humanidade para a restaurar segundo o modelo que saiu das suas mãos. Maria é essa criatura nova perante a qual Deus se extasia. Não há nela mancha de pecado. É puro sim ao plano de Deus, imagem do sim que todos devemos pronunciar.

 

2. “Cheia de graça” é o seu nome. Cheia de amor de Deus. Onde há plenitude de amor não há lugar para o pecado. Revela-se em Maria a harmonia com Deus e com os outros, expressa em amor e serviço. Na Virgem Imaculada lavamos o nosso rosto para recebermos em festa o nosso Salvador. O Senhor está contigo. O Senhor está connosco.
Maria, flor da humanidade e de toda a criação, é a criatura perfeitamente realizada que atraiu o olhar de Deus com a sua humilde beleza. Desde o princípio triunfa nela a harmonia com Deus e com os outros. Maria Imaculada é o ideal humano de justiça e santidade. Viver à sua imagem é procurar a sua beleza sem mancha, é superar egoísmos e tensões, é abrir o coração aos projetos de Deus. E porque é espelho de Deus, Maria projeta sobre nós a beleza de que Ele a revestiu.

 

3. Em Maria “santa e imaculada” Deus atuou o seu projeto de salvação para toda a humanidade. Como Ela, primícia e figura da Igreja, também nós somos chamados a ser “santos e imaculados”. O nosso Batismo é de algum modo a nossa “Imaculada Conceição”. Também o é esse “novo Batismo” que é o sacramento da Misericórdia. Com eles Deus nos renova e nos torna semelhantes a Maria. “Contemplámos, ó Deus, as maravilhas do teu amor”.

 

4. Com Maria Imaculada, vamos preparar o nosso Natal. Imitando a sua beleza interior, purificando de toda a mancha a nossa vida, acolhendo o projeto de Deus a nosso respeito, tal como Ela o acolheu, invocando a sua proteção sobre a humanidade desorientada.
Ao contemplar a beleza de Maria, sentimo-nos tomados por uma nostalgia de uma inocência primordial. Que esta saudade suscite em todos nós o desejo cada vez mais vivo de guardar a nossa vida na fidelidade às promessas batismais e nos guie no caminho da conversão.
Como Ela, também tu, quem quer que sejas, saíste do coração de Deus, ainda antes de saíres do ventre da tua mãe. Que Ela te/nos ajude na fidelidade a este projeto e na procura da sua beleza sem mancha. E que o perfume da sua beleza interior purifique o ar que respiramos e torne este mundo mais feliz, à imagem de Maria toda bela e Imaculada.

 

Darci Vilarinho