Liturgia da Páscoa da Ressurreição – Ano C

CRISTO RESSUSCITOU! ALELUIA! ALELUIA!

At 10, 37-43; Col 3, 1-4; Jo 20, 1-9

“Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto… Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra”, pede-nos São Paulo. Na Páscoa de Cristo celebro a minha própria Páscoa. Deixo as ligaduras do homem velho para viver à imagem do homem novo. Abro a porta da minha casa ao Ressuscitado para que Ele entre, deixe a sua paz e me envie em espírito de Missão. Porque a Páscoa é passagem da morte à vida, do egoísmo à solidariedade, do homem velho ao homem novo, se ainda estamos demasiado agarrados a nós próprios, ela será uma ocasião para nos libertarmos das nossas próprias ligaduras, pondo a nossa vida ao serviço uns dos outros tal como fez o nosso Mestre.

De alegria estampada no rosto
Nós, cristãos, deveríamos ser a Páscoa do mundo. O que é que isso significa? É imitar esse modo de viver que nos transmitiram as primeiras comunidades cristãs de que nos falam os Atos dos Apóstolos: “Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo”.
Que fruto maravilhoso da Páscoa e que modelo de comunidade! A Igreja é a comunidade dos que acreditam em Cristo ressuscitado, dos que seguem o seu estilo de vida e que por isso gozam da sua presença. Quem vive assim há de forçosamente dar frutos que se exprimem na comunhão de bens e de ideais e na consequente vida fraterna. De alegria estampada no rosto os primeiros cristãos atraíam outros para a vida da comunidade. E a Igreja crescia em amor e louvor. Era uma vida que falava. Era uma fé que arrastava. Não há outro caminho para fazer crescer as nossas comunidades de vida e de fé.

Frutos da Páscoa
Quero ser otimista. Olho para o mundo e vejo imensos frutos da Páscoa. Vejo gestos de bem-fazer, vejo generosidade sem limites, vejo ternura que brota de corações amigos, vejo sementes de fraternidade e tantos gestos de paz e muitos gestos de MISERICÓRDIA. São frutos da Páscoa de Cristo que poderemos fazer germinar por esse mundo fora. A paz, sobretudo, é uma enorme prenda da Páscoa. É uma dádiva do Ressuscitado. É Ele que nos dá a sua Paz: a paz do coração, a absoluta certeza de sermos por Ele amados e perdoados e, portanto, de poder amar e perdoar, e viver naquela harmonia profunda que só Deus nos pode conceder.
UMA SANTA PÁSCOA!

Darci Vilarinho