Liturgia da Festa da Sagrada Família

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O tesouro da família

Sir 3, 3-17;  Col 3, 12-21; Lc 2, 22-40

Celebramos neste último domingo do ano civil o mistério da presença de Deus na Família de Nazaré e em todas as famílias. A família é um tesouro, um mistério de amor: amor nupcial, amor materno e paterno, amor filial e fraterno. Só o amor constitui essa liga de ouro que a valoriza e a mantém unida. Se a família fracassa, é porque veio a faltar o amor.
Que grande dom é ter uma família que te ama, te acolhe e te sustém. Que graça é ter alguém com que contar e confiar. É ter um espaço onde se descobre o desígnio do amor de Deus sobre cada um de nós, onde se vive o Evangelho, onde se reza juntos e se aprende a abertura aos outros.

É dia da Sagrada Família – Que Igreja sapiente, a nossa, que da Família de Belém nos faz descer às nossas famílias para que, à sua imagem, vivam os valores da fé, da bondade, do acolhimento e do respeito pela vida. É um facto que tantas das nossas famílias se fragilizaram até ao ponto de se romperem. E chega-se à ousadia de chamar “família” àquilo que família não é.
Nazaré é uma luz para os nossos lares. É a beleza do amor como obediência ao projeto de Deus, vivido na fé, na oração e numa sã pedagogia divina baseada na sua Palavra. Que o Senhor santifique as nossas famílias, para aprenderem a viver os valores que na vida de Nazaré nos quis ensinar.
Que a Sagrada Família projete luz sobre todas as nossas famílias. Também elas precisam de ser evangelizadas. Tal como dizia o poeta: “Se a família fosse um dia da semana, seria sempre domingo… Se fosse uma fonte, nela de boamente mataria a sede… Se fosse um sonho, jamais acordaria… Se fosse uma estrela, seria certamente a mais bela… Se fosse um arco-íris, vesti-lo-ia sempre que houvesse temporal…”. Sejam as nossas famílias beijadas por Deus para continuarem no mundo a ser fonte de felicidade e as testemunhas da comunhão.

Naquela família sagrada quero ver e rever a minha própria família. O silêncio amoroso da mãe, o trabalho silencioso do pai, o amor respeitoso do filho. É só harmonia que se exprime em louvor a Deus, em amor recíproco e mútuo interesse. Cada um vive para o outro e todos para Deus. E todos crescem em sabedoria, em comunhão e em graça de Deus. Benditas as famílias que se espelham na Família de Nazaré.
É preciso investir na família. Hoje mais do que nunca, porque chovem ameaças sobre ela. É na Sagrada Família de Nazaré que se devem espelhar as nossas famílias cristãs: na procura da primazia de Deus sobre todas as coisas, na busca incessante da vontade do Senhor, no amor que deve circular entre todos os seus membros. Se a família não vive estes valores fundamentais, está continuamente ameaçada. Como andam longe de tudo isto tantas das nossas famílias.

As nossas famílias precisam da tua, Senhor. Enche-as da tua graça, infunde-lhes os teus valores.

Darci Vilarinho