Festa do Beato Allamano: Mensagem do Padre Stefano Camerlengo

A propósito do dia dedicado ao Beato José Allamano, que se celebra a 16 de fevereiro, dia da sua morte (16-02-1926) deixamos aqui a mensagem que o Padre Stefano Camerlengo, superior geral dos Missionários da Consolata, enviou aos missionários e a toda a Família Consolata.

 

Num mar de gente
O Papa Francisco, concluindo o Ano Santo da Misericórdia, escrevia que «a Igreja é chamada a curar as feridas impressas na carne de muitos, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las com a misericórdia e curá-las com a solidariedade e com a devida atenção».

 

A misericórdia da Igreja e a sua solidariedade para com as “as periferias existenciais” ativam-se quando com os olhos atentos se observa o mundo e as pessoas que nele habitam… como aquele «mar de gente», sobretudo de pobres, que se juntavam em grande número no Santuário da Consolata, em Turim.

 

«Quantas pessoas acorriam ao Santuário!» – constatava o padre Allamano; ele que viveu, quase “submerso” e, através do ministério da confissão, mas sobretudo nos encontros diários com as pessoas de todas as classes sociais e condições, media o pulso da cidade, deixava-se ferir pelas dores das quais tomava conhecimento, advertia o drama das multidões que viviam na miséria, explorados ou esquecidos por quem geria o poder público.

 

Através dos seus missionários e missionárias, a caridade e a atenção aos outros, por parte de Allamano, ultrapassaram os confins das dioceses e até da própria pátria. As obras criadas em África, desde os primeiros anos, com o seu encorajamento e sobretudo com o seu apoio concreto, demonstram isso mesmo. Não se tratava simplesmente de dar uma esmola com uns trocados, mas sim de um sistema de ajuda para elevar, com dignidade, todo o ambiente.

 

Os seus missionários tentaram realizar este objetivo no contato quotidiano e direto com as pessoas, sobretudo através da “visita às aldeias”. Este foi um meio apostólico duro e fadigoso, muitas vezes cheio de desilusões. Mas Allamano valorizava e acreditava muito nisso, tendo constatado quanto fossem importantes, e insistia continuamente para que os missionários lhe permanecessem fiéis, indicando-lhes até o método das visitas, que não se deveriam reduzir a simples passeios, mas a autênticos encontros. As visitas às aldeias constituíram, no método missionário de Allamano, “os olhos e o coração” para ler, compreender e mudar a realidade, através do contato diário e fiel com as pessoas.

 

Olhando, então, para o Allamano, “imerso num mar de pessoas” e para os seus primeiros missionários, severamente exortados pelo Regulamento a não deixar de lado a “visita às aldeias”, podemos assumir a sua paterna exortação a sermos Missionários e Missionárias da Consolata que, “sem fazer barulho”, se dedicam aos pobres e aos últimos, partilhando a vida e esperanças deles, não só, mas também os sofrimentos e os sonhos. Em inglês, chamam-se os 3 L: “the least, the last, the lost” que significam: os mais pequenos, os últimos e os perdidos.

 

BOA FESTA a todos vós, irmãs e irmãos missionários e, BOA FESTA também… às pessoas com quem vivemos, que amamos e servimos!

 

Padre Stefano Camerlengo
Superior do Instituto Missões Consolata (IMC)