Ez 34, 11-17; 1Cor 15, 20-28; Mt 25, 31-46
Eis o nosso Rei – A Igreja proclama neste último Domingo do ano litúrgico que Cristo é Rei do Universo. Sabemos que a realeza de Cristo não tem nada a ver com o poder ou o domínio, mas com o dom de si mesmo e o serviço que se presta à humanidade. “Nós somos da mesma carne” deste Rei, Ele incarnou na nossa humanidade. Nele se encerra toda a esperança da salvação, porque um dos nossos é Rei. Mas é um Reino que não é deste mundo. É um Reino onde a paz e a justiça se abraçam e onde o amor faz lei. Mais: somos um Reino de irmãos, onde cada um é rei, porque fomos sagrados no batismo para a missão de servir e dar a vida. Ele será nosso Rei, se o colocarmos como motor da nossa vida. E seremos sacramento da sua ação no mundo.
JNRJ: é o título que encima a cruz de Jesus: Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Escrito em hebraico, em grego e em latim, para que todo o povo compreenda o motivo da sua morte. Um rei crucificado! Ignomínia, escândalo, equívoco? Pelo contrário. É só a certeza de que o seu Reino, que não tem nada a ver com os nossos reinos, se conquista pela cruz. É um Rei que dá a sua vida, imolando-se para que no mundo triunfe a verdade, a justiça e a paz. O nosso rei procura seguidores.
Reina quem serve, tal como nos disse Jesus: “Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Mas, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro, faça-se o último. Como o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir”.
Eis o sentido da realeza de Cristo. Não há maior dignidade e realeza do que pôr a nossa vida ao serviço da humanidade.
A realeza de Cristo manifesta-se hoje nos nossos gestos. Não entenderemos que Cristo é Senhor, se não nos fizermos servos como Ele. Diz o Evangelho desta Festa, o famoso capítulo 25 de S. Mateus, que não poderemos reconhecê-lo no Céu, se não o tivermos visto, amado, vestido, visitado e socorrido aqui na terra em cada rosto que traz a sua marca. Jesus identifica-se com os últimos, os periféricos. Quer dizer que o melhor culto que podemos prestar a Deus passa pelo amor a cada irmão. Esta é a página do nosso exame final. Estudemo-la bem, treinemo-nos com respostas quotidianas, porque no dizer de S. João da Cruz “no entardecer da vida seremos julgados pelo amor”.
Abre a tua porta a cada próximo para que Jesus não te feche a sua. Não procures outras chaves, porque só esta te abre a porta da eternidade.
Darci Vilarinho