Quem conhece o padre António Bernardino da Costa Gaspar, sabe que nele podem encontrar um espírito jovem e brincalhão, bem-disposto e enamorado por Deus e pelo próximo. A disponibilidade e atenção aos outros, em especial os mais idosos e doentes, são outras características que o distinguem, bem como o seu forte sentido espiritual, enraizado na oração e na paixão pela vida dos santos.
Os anos são já muitos, mas muita é também a paixão pela vida centrada na partilha, que o move num vai-e-vem de visitas a lares e centros de dia, levando um Deus próximo e familiar a muitos idosos e doentes. Tal como dizia na homilia da Eucaristia celebrativa das suas bodas de diamante sacerdotais, ocorrida este sábado , dia 16 de março, na igreja matriz do Alqueidão, Figueira da Foz, muitos idosos são os pobres mais pobres, por terem dado tudo e pouco receberem dos que amaram e amam. É também conhecida a sua paixão por chocolates e outras guloseimas, que faz questão de partilhar com quem dele se aproxima ou convive.
Mas a sua maior paixão é, sem dúvida, por Deus e pelos seus pais, cujo amor, fé e apoio o ajudaram a entregar-se a Deus e à missão. A Eucaristia contou com a presença do Superior Regional dos Missionários da Consolata em Portugal, padre Eugénio Butti, e o vigário geral da diocese, padre Pedro Miranda, bem como de dezenas de paroquianos das duas paróquias, Alqueidão e Lavos, e suas várias comunidades.
Nascido a 21 de janeiro de 1934 em Arrabal, Leiria, entrou para o seminário dos Missionários da Consolata de Fátima em 1946, fazendo depois a Primeira Profissão em 1953, na cidade italiana de Turim. Foi lá que se ordenou a 14 de março de 1959, sendo destinado a Moçambique um ano depois. Lá trabalhou numa escola estatal e exerceu também a função de capelão prisional na antiga Lourenço Marques, hoje a capital Maputo. Voltou a Portugal em 1975, onde se dedicou a vários tipos de atividades, em particular a animação missionária e o cuidado dos confrades doentes.
Aceitou em 2012 o desafio de vir, com outros dois missionários, paroquiar Alqueidão e Lavos, pertencentes ao arciprestado da Figueira, onde se encontra até hoje. Apesar dos achaques e cansaços, naturais da idade, alimenta-se da missão entre os mais idosos, nas celebrações eucarísticas e na disponibilidade para com outros serviços pastorais… sempre com um sorriso, com uma piada amigável e forte sentido de identificação com Deus e a missão que o Instituto Missionário da Consolata (IMC) e a Igreja local lhe propõem.
Álvaro Pacheco